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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Programação do II ELAA

PROGRAMAÇÃO DO II ELAA Dia 18 de novembro de 2011 – sexta-feira Recepção aos Participantes Abertura Palestra Dia 19 de novembro – sábado Visita ao Parque Estadual Paleontológico de São José de Itaboraí Dia 20 de novembro – domingo Visita ao Museu Nacional – Exposições de Arqueologia e Paleontologia Visita ao Jardim Botânico – Sítio Casa dos Pilões Visita Guiada ao Centro Cultural Al-Sultanya Dia 21 de novembro – segunda-feira 10h – Mesa Redonda: ARQUEOLOGIA NA AMÉRICA LATINA. 12h – Almoço 14h – Sessões Orais 16h – Sessão Pôster 18h – Comemoração do Cinqüentenário do CBA Dia 22 de novembro – terça-feira 10h – Mesa Redonda 12h – Almoço 14h – Sessões Orais 16h – Sessão Pôster 18h – Encerramento Atividade Paralela Exposição "Sítios Arqueológicos em Visão 3D: uma Abordagem Didática"

Memória do I ELAA

O que foi o I ELAA
O Clube de Engenharia sediou, nos dias 19 e 20 de setembro de 2005, o “I Encontro Latino-americano de Arqueologia 2005 – A aventura humana e suas manifestações culturais”. O evento foi promovido pelo Clube, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), o Centro Brasileiro de Arqueologia (CBA) e o Museu Nacional da UFRJ. Paralelamente foi realizada, de 19 a 24 de setembro, no 23º andar da sede social da entidade, uma exposição de fotos e reproduções de arte rupestre. Outra atração foi a apresentação no Cine-vídeo do Clube, de 19 a 23 de setembro, de documentários sobre arquitetura pré-colombiana e aspectos da cultura de Brasil, Peru, México e Uruguai. A arqueóloga Maria Beltrão, do Museu Nacional e do CBA, fez no Congresso uma comunicação que colocou em cheque a datação estimada da chegada do homem às Américas. A arqueóloga baseou seus estudos na região central da Bahia e no Sítio Arqueológico de Itaboraí (RJ), descoberto por ela em 1970. Duas emissoras de televisão – SBT e TVE – foram ao Clube de Engenharia para cobrir o evento e fazer imagens de um buril de osso de Paleolhama datado de 300 mil anos, utilizado pelo homem primitivo para fazer gravuras nas cavernas. Esta descoberta ampliou de 30 mil para até dois milhões de anos a data estimada de ocupação do continente americano pelo “Homo Erectus”, espécie anterior à do “Homo Sapiens”. O encontro foi noticiado também em jornais – como nas colunas de Ricardo Boechat e Informe do DIA – e em emissoras de rádio, como na Band News FM. O programa Latino América RTV, exibido na CNT, fez a cobertura do evento, que foi ar no dia 1º de outubro. Tigre Dentes de Sabre Em outra comunicação, Maria Beltrão anunciou a descoberta de uma pintura de um tigre de dentes de sabre, pintado pelo homem pré-histórico há mais de onze mil anos na Bahia. O encontro contou com apresentações de especialistas vindos de vários países, como o boliviano Juan Christian, que falou sobre a “A origem dos Incas”, o peruano Alfredo José Altamirano Enciso, que abordou o tema “Império Inca”, o uruguaio Antonio Lezama, especialista em “Arqueologia Platina”, a pesquisadora do Museu Goeldi de Belém, no Pará, Maura Imazio da Silveira, estudiosa das populações pré-históricas da Amazônia, e a parecerista do Ministério da Cultura (MinC), arqueóloga e historiadora Aparecida Açucena Coelho, que apresentou a palestra “a Contribuição Maia”.
O Congresso contou ainda com música popular das Américas e a apresentação de grupos folclóricos. Participaram da coordenação do evento o diretor de Atividades Culturais e Cívicas do Clube de Engenharia, Telmo Lustosa, a diretora de Atividades Técnicas do Clube, Maria Glícia da Nóbrega Coutinho, o presidente do Centro Brasileiro de Arqueologia, Francisco Octávio da Silva Bezerra, o vice-presidente do Instituto Walden, Benedicto Humberto Rodrigues Francisco, a arqueóloga do Museu Nacional, Rhoneds da Paz, o chefe da Divisão Técnica de Energia (DEN) do Clube de Engenharia, Dercio Lopes Bento, e o engenheiro Celso Franco, do grupo Gestor da DEN.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

II ELAA em Imagens

II ELAA em Imagens Transcrito do site do centro Brasileiro de Arqueologia Entre os dias 18 e 22 de novembro foi realizado na UERJ/Maracanã o II Encontro Latino Americano de Arqueologia. O evento contou com palestras, mesas redondas, minicurso, apresentações orais e sessões poster de trabalhos, além de uma exposição didática de maquetes de vários sítios arqueológicos situados no Brasil. O evento comemorou os 50 anos do CBA. A seguir, algumas imagens do II ELAA:
Na foto à esquerda, mesa redonda sobre o presente e o futuro da Arqueologia na América Latina, com o arqueólogo brasileiro Cláudio Prado de Mello e os arqueólogos peruanos Altamirano Enciso e Alberto Mendoza. Na foto à direita, uma das apresentações de trabalhos apresentados no evento, com representações do Pará, Piauí, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Vista parcial da exposição didática de maquetes de sítios arqueológicos
Arqueólogo Cláudio Mello chegando para o II ELAA.
Catherine Beltrão, diretora do CBA, apresentando a palestra "Os 50 anos do CBA"
Benedicto Rodrigues, presidente da Comissão Organizadora do II ELAA fazendo a abertura do evento dia 18 de novembro de 2011.
Mesa da abertura do II ELAA, da esquerda para a direita: Cláudia Rodriques (diretora do Museu Nacional/UFRJ), Juan Navarro (presidente do CBA), Antonieta Rodrigues (diretora do dep. Geologia/UERJ) e Benedicto Rodrigues (diretor do CBA)

Centro Brasileiro de Arqueologia- 50 anos

Miguel de Souza Medeiros JORNALISTA QUINTA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2011 Centro Brasileiro de Arqueologia (*) Já está mais do que provado que não se pode evoluir sustentavelmente sem compreender os aspectos do passado, cujos elementos vão permitir que se prossiga adiante e sempre. Hoje, é fácil verificar o esforço que a comunidade científica vem fazendo para trazer à tona registros históricos, no espaço físico e documental, para o conhecimento público, de forma a viabilizar os empreendimentos, como construção de rodovias ou edificações, que porventura vierem a ocupar os espaços em que se encontrem os vestígios de outrora. Nesse transcurso de 50 anos do Centro Brasileiro de Arqueologia (CBA), o que essa entidade sempre buscou foi justamente os resultados que se verificam atualmente: trazer à luz da modernidade os conhecimentos necessários para o andamento sustentável dos projetos, em áreas urbanas ou rurais, onde estão depositados os materiais, sem desconsiderar a sua conservação. Esta semana, em comemoração a tão importante data, o CBA promoveu o II Encontro Latino Americano de Arqueologia ( II ELAA) com o objetivo de mostrar o quanto os arqueólogos vêm trabalhando para fazer chegar aos olhos da sociedade a riqueza arqueológica que pode resgatar toda a trajetória de nossos antepassados até os dias de hoje e elucidar todo o processo evolutivo das populações que habitaram nosso território, assim como as heranças deixadas para o período contemporâneo, em que as técnicas empregadas vêm sendo aprimoradas ao longo de dezenas de séculos. Não foi difícil perceber que todo o trabalho do CBA ao longo desses anos vem trazendo os resultados no seio da comunidade científica, especificamente os especialistas em arqueologia, bacharéis, mestrandos e doutorandos, cujos trabalhos apresentados revelaram novos conceitos na forma de conservação dos materiais e manuseio do solo, tanto para permitir melhor aproveitamento nos trabalhos de campo, como também para adequá-lo às necessidades atuais, com ênfase na questão ambiental, e consequentemente, no espectro da sustentabilidade. A História Universal mostra que a sequência de fatos históricos da trajetória humana é uma adequação conforme seu meio e suas relações, o que pode ser comprovado pelas teorias postuladas em tempos remotos, diga-se Darwin, Karl Marx e outros que formularam ideias a partir de pré-conceitos. O CBA, dentro de suas prerrogativas de entidade científica, vai continuar seguindo o mesmo viés de tornar sempre coeso o passado e futuro, para que o homem consiga investigar sua trajetória, sem desconstruir a origem das coisas.
(8) ARTIGO PUBLICADO NO BLOG DE MIGUEL DE SOUZA MEDEIROS.TRANSCRIÇÃO AUTORIZADA PELO AUTOR.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Nova Friburgo, a primeira colônia alemã no Brasil, Rio de Janeiro, Brasil

NOVA FRIBURGO II ENCONTRO LATINO AMERICANO DE ARQUEOLOGIA II ELAA COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS DO CBA 1. Nova Friburgo, ponto geodésico do Estado do Rio de Janeiro Nova Friburgo (por vezes chamada de Friburgo) é uma cidade, sede do município de mesmo nome, no estado do Rio de Janeiro e localiza-se a 846 m de altitude, representado por um marco de ferro mais precisamente aos pés da estátua de Alberto Braune, no centro da Praça Getúlio Vargas. Outro marco importante de Nova Friburgo é o ponto geodésico aos pés de Getúlio Vargas, na mesma praça. O marco representa o ponto exato onde fica o centro do estado do Rio de Janeiro. 2. Nova Friburgo, a primeira colônia suiça no Brasil Relatos memoriais dos antigos portugueses que habitavam Nova Friburgo desde 1755 contam que, ao desbravarem essas terras, encontraram índios goitacases. Estes eram caracterizados por terem longos cabelos negros e roupagem constituída basicamente por pele de animais, bem como por serem canibais. As terras foram ocupadas pelas famílias portuguesas, que povoaram as margens dos rios Grande e Santo Antônio. Descendo a margem dos rios, estabeleceram povoados na região conhecida nos dias atuais como centro-norte-fluminense (Cantagalo e Nova Friburgo). Os suíços estiveram presentes desde os primeiros momentos da conquista do território brasileiro. Já em 1557 chegaram à baía de Guanabara 14 missionários calvinistas, vindos do cantão de Genebra em busca de uma terra livre de perseguições religiosas. Durante anos, a vinda dos suíços seguiu marcada pela fé, pela conquista do território e pela transitoriedade. Até o século 19, os que se aventuravam pelo Brasil eram padres jesuítas, soldados mercenários e desbravadores, que não planejavam ficar por muito tempo. Os registros mostram chegadas esparsas, de norte a sul do país. A crise econômica na Europa do século 19 inaugura uma nova etapa na história da imigração dos suíços. Pressionados pela competição dos países industrializados e pelas colheitas minguadas, os suíços deixaram a terra natal em massa. Para fugir da fome, cerca de 2 mil pessoas alistaram-se para emigrar entre 1818 e 1819. Ao lado, aquatinta de Steimann, cerca de 1830, onde observamos as “Casas Coloniais” e a casa sede da “Fazenda do Morro Queimado”, conhecida pelos habitantes da villa como “Chatêau du Roi”, onde em 1886, foi instalado o Colégio Anchieta da Companhia de Jesus. Em 16 de maio de 1818, o Rei Dom João VI, sentindo a necessidade de estreitar os laços de amizades com os povos germânicos a fim de obter apoio contra o Império Francês, propôs uma colonização planejada, a fim de promover e dilatar a civilização do Reino do Brasil. Baixou, então, um decreto que autorizou o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, Sebastião Nicolau Gachet, a estabelecer uma colônia de cem famílias suíças na Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, localidade de clima e características naturais semelhantes às de seu país de origem. Foi nomeado inspetor da projetada colônia o monsenhor Pedro Machado de Miranda Malheiros, que, de imediato, tratou da aquisição dos terrenos necessários à dita empresa; adquiriu duas datas de terra com meia légua de testada cada uma, pertencentes a Manuel de Sousa Barros e a José Antônio Ferreira Guimarães, e também a sesmaria chamada Morro Queimado, que pertencera a Lourenço Correia Dias, na qual, mercê de seu clima ameno e da sua situação topográfica, foi instalada a sede da colônia que tomou o nome de Nova Friburgo. Longas negociações entre o governo português e o cantão de Friburgo definiram os detalhes da chegada desse primeiro grande grupo. Ficou decidido que a colônia se chamaria Nova Friburgo e os imigrantes perderiam a cidadania suíça, tornando-se “súditos do rei de Portugal”. Entre 1819 e 1820, a região foi colonizada por 261 famílias suíças, totalizando 1 682 imigrantes. Foi batizada pelos suíços com o nome de Nova Friburgo, em homenagem à cidade de onde partiu a maioria das famílias, Fribourg (Friburgo em português, Fribourg em francês, Freiburg em alemão), no Cantão de Fribourg. Mas havia familias vindas também de outros cantões: Berna, Valais, Vaud, Neuchâtel, Genebra, Aargau, Solothurn, Lucerna e Schwyz. Não demorou para o sonho transformar-se em pesadelo. As condições da viagem foram tão precárias que apenas 1.617 chegaram (e 14 bebês nasceram durante a viagem). A região era assolada pela malária. Foi nesse cenário que os suíços pioneiros fundaram a primeira colônia de europeus não portugueses no Brasil. Diante das más condições, em 1823 os colonos de Nova Friburgo se dividiram. Ficaram na colônia os que tinham melhor situação financeira, e os que não tinham nada a perder partiram para terras mais quentes no Vale do Paraíba e para outras cidades. Ruínas do Convento de Macacu, onde foi instalado um hospital, por ocasião da chegada dos colonos suíços ao Brasil e onde faleceram 35 deles Logo depois a pequena vila, cujo nome oficial era Santo Antônio Sá, foi inteiramente varrida do mapa, tendo o mesmo acontecido com a vila de São João da Boa Morte, situada próxima à primeira, em decorrência da chamada febre ou tifo de Macacu. 3. Nova Friburgo, a primeira colônia alemã no Brasil Nova Friburgo foi também o primeiro município no Brasil colonizado por alemães, tendo estes imigrantes, ao todo 332, chegado à cidade em 3 e 4 de maio de 1824, dois meses antes que imigrantes alemães chegassem à cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Os nomes de todos os colonos alemães são, também, conhecidos e guardados com carinho e orgulho. Também nesta cidade, devido à colonização alemã, foi instalada a primeira Comunidade Protestante da América Latina. Após a proclamação da Independência do Brasil (1822), o Governo Imperial enviou o Major George Antônio Scheffer à Alemanha a fim de ali contratar a vinda de imigrantes para as colônias de Leopoldina e Frankenthal estabelecidas na então Província da Bahia desde 1816, às margens dos rios Caravelas e Viçosa. Por motivos ignorados esses colonos acabaram sendo enviados a Nova Friburgo, onde chegaram a 3 e 4 de maio de 1824; eram oitenta famílias - encabeçadas pelo pastor Frederico Sauerbronn - que foram carinhosamente recebidas por Monsenhor Miranda, então readmitido no cargo de inspetor, do qual se exonerara. Esse sistema especial de administração da colônia por intermédio de um Inspetor designado pelo Governo Imperial vigorou até 1831; a partir desse ano a jurisdição passou a ser superintendida pela Câmara da Freguesia, a exemplo das outras vilas brasileiras. Finalmente, a 8 de janeiro de 1890, Nova Friburgo foi elevada à categoria de cidade, tendo sua população aumentado com a chegada de imigrantes italianos, portugueses e sírios. 3. Fotos antigas Praça Princesa Isabel, foto tomada na década de 70 do século XIX, uma das mais antigas de Nova Friburgo Estação da Estrada de Ferro de Cantagallo, inaugurada em 1873, com a presença de S. M. o Imperador D. Pedro II. Fontes de Informação: - http://acervonovafriburgo.blogspot.com/

NOVA FRIBURGO/ RESUMO II ELAA

Nova Friburgo, a primeira célula urbana do Brasil a ser projetada Autores: FRANCISCO, B. H. R.1, BELTRÃO, C. B. de A. N.2 1-Centro Brasileiro de Arqueologia (CBA) – secretario1@cbarqueol.org.br; 2-Centro Brasileiro de Arqueologia (CBA) – secretario2@cbarqueol.org.br Palavras-chave: Nova Friburgo, história Resumo: Nova Friburgo é uma das cidades da região serrana do Rio de Janeiro, com altitude de 846 m. Distando 136 km da capital fluminense, ocupa uma área de 935,81 km². É também a cidade mais fria do estado, sendo a primeira colônia não lusitana a ser fundada no Brasil em caráter oficial. Em 16 de maio de 1818, o Rei Dom João VI, sentindo a necessidade de estreitar os laços de amizades com os povos germânicos para obter apoio contra o Império Francês, propôs uma colonização planejada, a fim de promover e dilatar a civilização do Reino do Brasil. Baixou, então, um decreto que autorizou o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, Sebastião Nicolau Gachet, a estabelecer uma colônia de cem famílias suíças na Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, localidade de clima e características naturais semelhantes às de seu país de origem. Este trabalho mostra parte do passado de Nova Friburgo através das imagens dos locais e prédios que contam sua história na região.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Reportagem durante o II ELAA.

mesa redonda do II ELAA
PARTICIPANTES
HORA DO LANCHE
Ibá dos Santos apresenta seu trabalho. As imagens mostram momentos do II ELAA realizado na UERJ pelo Centro brasileiro de Arqueologia 50 anos.

sábado, 10 de dezembro de 2011

II ENCONTRO LATINO AMERICANO DE ARQUEOLOGIA/ folder

Comissão Organizadora Dr. Benedicto Humberto Rodrigues Francisco, presidente da Comissão, diretor do CBA, professor aposentado da UFRJ e conselheiro do Clube de Engenharia. - Profª. MSc Catherine Beltrão, vice-presidente da Comissão, coordenadora e professora de cursos de Engenharia da Estácio de Sá e diretora do CBA - Dra. Maria Antonieta Rodrigues, diretora da Faculdade de Geologia da UERJ e associada do CBA - Dra. Lélia Maria de Araújo Kalil, professora da UERJ - Profª. MSc Vanessa M. da C. Rodrigues Francisco, professora do município do Rio de Janeiro e diretora de Ensino do CBA - Prof. MSc Claudio Prado de Mello, diretor-presidente do IPHARJ e pesquisador do CBA - Profª Cláudia de Carvalho Falci Bezerra, professora da Secretaria do Estado de Educação, mestranda do IPEC-FIOCRUZ e conselheira do CBA Comitê Científico MSc Luiz Octavio de Castro Cunha, arqueólogo da Marinha do Brasil e Vice-presidente do CBA - Dra. Maria Antonieta Rodrigues, diretora da Faculdade de Geologia da UERJ e associada do CBA - Prof. MSc Claudio Prado de Mello, diretor-presidente do IPHARJ e pesquisador do CBA - Dra. Nanci Vieira de Oliveira, professora da UERJ - Dra. Cláudia Rodrigues, diretora do Museu Nacional - Dr. Renato Rodriguez Cabral Ramos, professor do Museu Nacional da UFRJ Comitê Editorial Profª. MSc Catherine Beltrão, coordenadora e professora de cursos de Engenharia da Estácio de Sá e diretora do CBA - Dra. Lélia Maria de Araújo Kalil, professora da UERJ e da UGF - Profª. MSc Vanessa M. da C. Rodrigues Francisco - diretora de Ensino do CBA - Dr. Cláudio Limeira Mello, professor da UFRJ - MSc Luiz Octavio de Castro Cunha, arqueólogo da Marinha do Brasil e vice-presidente do CBA - Profª Cláudia de Carvalho Falci Bezerra -professora da Secretaria do Estado de Educação, mestranda do IPEC-FIOCRUZ e conselheira do CBA Centro Brasileiro de Arqueologia - Fundado em 21 de novembro de 1961 - Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei 910, de 04/02/1966, da Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara - Reg. sob o nº 01, em 13 de dezembro de 1068, no Conselho Federal de Cultura Contato: www.cbarqueol.org.br - cba@cbarqueol.org.br PROGRAMAÇÃO • Dia 18 de novembro de 2011, sexta-feira 17: 00h: Recepção aos participantes Entrega das pastas com a programação Inscrição para a visita ao Parque Paleontológico de Itaboraí 18:00h: Abertura do II ELAA Palestra: “Os 50 anos do CBA” - Palestrante: Profª Catherine Beltrão Abertura da exposição “Sítios Arqueológicos em Visão 3D: uma Abordagem Didática” – Coordenação: Catherine Beltrão. • Dia 19 de novembro de 2011, sábado Visita ao Parque Paleontológico de São José de Itaboraí Saída da UERJ : 09:00h Retorno previsto: 17:00h • Dia 20 de novembro de 2011, domingo Dia livre com visitas recomendadas Manhã: Visita ao Museu Nacional – Exposições de Arqueologia e Paleontologia Tarde: Visita ao Jardim Botânico – Sítio Casa dos Pilões Visita guiada ao Centro Cultural Sultanya Visita ao Museu de Ciências da Terra na Urca • Dia 21 de novembro de 2011, segunda-feira 10:00h: Mesa redonda – “Arqueologia na América Latina: Presente e Futuro” 12:00h: Almoço - livre 13:00h: Palestra: "Los origenes de la civilización en la América Latina" – Palestrante: Alberto Bueno Mendoza 14:00h: Apresentação dos trabalhos inscritos – sessão oral 15:00h às 17:00h: mini-curso sobre Arqueologia Andina. Professor: Dr. José Altamirano Enciso 16:00h: Apresentação dos trabalhos inscritos – sessão pôster • Dia 22 de novembro de 2011, terça-feira 10:00h: Mesa redonda – “Preservação do Patrimônio Arqueológico na América Latina: Presente e Futuro” 12:00h: Almoço – livre 13:00h: Palestra: “Arqueologia de Funerais: um Campo em Expansão na Arqueologia Brasileira” – Palestrante: Dra. Sheila Mendonça. 14:00h: Apresentação dos trabalhos inscritos – sessão oral 15:00h às 17:00h: mini-curso sobre Arqueologia Andina. Professor: Dr. José Altamirano Enciso 16:00h: Apresentação dos trabalhos inscritos – sessão pôster 18:00h: Encerramento com entrega dos certificados de participação Comemoração do cinqüentenário do CBA Término: Confraternização entre os participantes do Encontro. PROGRAMAÇÃO ASSOCIADA AO II ELAA Visita ao Morro do Leme: Coordenador: engenheiro Ibá dos Santos Silva, conselheiro do Clube de Engenharia – Data provável: primeiro sábado depois do II ELAA Exposição: “O Ciclo do Ouro no Brasil Colônia” - Coordenação: Dr. Benedicto Rodrigues, Data: 17 a 25 de novembro. Local: Clube de Engenharia, Centro, Rio de Janeiro/RJ

Rede de Museus e Acervos Arqueológicos (REMAAE):

Rede de Museus e Acervos Arqueológicos (REMAAE): ativismo para a preservação do patrimônio arqueológico Alejandra SALADINO, Fabiana COMERLATO, Diego Lemos RIBEIRO 1. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), 2. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), 3. Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) Resumo Diante das problemáticas relativas à preservação e gestão do patrimônio arqueológico brasileiro, durante as reuniões do Grupo de Trabalho de Museus Arqueológicos e Etnográficos no III Fórum Nacional de Museus, realizado em Florianópolis no ano de 2008, foi criada a Rede de Museus e Acervos Etnográficos, atual Rede de Museus e Acervos Arqueológicos (REMAAE). Inicialmente o grupo objetivava a troca de informações entre os profissionais. No entanto, os membros da rede, percebendo a necessidade de contribuir para a mudança do panorama do patrimônio arqueológico, ativaram o processo de articulação entre si, passando a propor e realizar ações que ampliaram o espaço de discussão tanto no setor museológico quanto no setor arqueológico. O objetivo deste trabalho é apresentar a REMAAE bem como o rol de propostas e ações em desenvolvimento, pautadas no levantamento das condições curatoriais dos acervos arqueológicos, no estreitamento das relações e na proposição de parcerias entre as organizações formais, como o IPHAN. Palavras-chave: REMAAE, patrimônio arqueológico, museus de arqueologia Abstract Given the issues regarding the conservation and management of the archaeological heritage of Brazil, during meetings of the Working Group on Ethnographic and Archaeological Museums National Museum Forum III, held in Florianópolis in 2008, was created the Network of Museums and Ethnographic Collections, nowadays called Network Archaeological Museums and Collections (REMAAE). Initially, the group aimed to exchange information among professionals. However, members of the network, realizing the need to help change the contemporary archaeological scenario, activated the process of cooperation among themselves, proposing and carrying out actions that increased the space for discussion both in the archaeological and museological fields. The aim of this paper is to present REMAAE as well as the list of proposals and actions in development, guided the curatorial survey of the conditions of archaeological collections in closer relations and partnerships between the proposition of formal organizations, such as IPHAN. Keywords: REMAAE, archaeological heritage, archaeological museums O patrimônio arqueológico brasileiro, composto por imenso conjunto de sítios e demais vestígios da presença e interferência humanas sobre o ambiente, caracteriza-se pela sua fragilidade e pelo seu status de bem da União ((Lei nº 3.924/61 e Art. 20, inc. X da Constituição Federal de 1988). A proteção e a preservação do patrimônio cultural brasileiro, qualquer que seja a sua tipologia, é de responsabilidade do Poder Público e da Sociedade (Art. 23, inc. III da Constituição Federal de 1988). A instituição do patrimônio arqueológico, ao longo dos últimos vinte anos, tem como pedra angular a consolidação da legislação ambiental no país, e, por conseguinte, o fortalecimento da arqueologia de contrato. Ademais, a reboque deste cenário, há a formação de uma massa crítica por intermédio de cursos de pós-graduação e pelo exponencial incremento de cursos de graduação em Museologia e Arqueologia que, em última análise, aumenta o coro pela tentativa de estabelecimento de políticas públicas para a gestão deste patrimônio. Sobre este último aspecto, vale ressaltar que tal movimentação resulta na ampliação dos espaços de discussão para tratar de temas específicos, tais como: a musealização de sítios e a gestão de acervos em instituições museológicas e congêneres. Os desdobramentos dessas discussões, que tem como fio condutor o crescimento exponencial dos acervos arqueológicos nos últimos decênios, somado ao acúmulo de acervos pré-existentes, aponta-nos para um horizonte de desafios inéditos no que se refere ao gerenciamento do patrimônio arqueológico (BRUNO; ZANETTINI, 2007; SALADINO, 2010; MORAES, 2011). Inversamente proporcional parece ser a potencialidade das instituições museológicas, e afins, de se adaptarem a essa nova lógica, sobretudo em termos de espaço físico e infra-estrutura e, na mesma medida, de os órgãos públicos para criarem propostas de normatização e gestão dessa tipologia de acervos. Nesse contexto foi criada a REMAAE, no III Fórum Nacional de Museus (III FNM), realizado em julho de 2008 em Florianópolis. Àquela altura, o objetivo principal do grupo formado por profissionais dos museus arqueológicos, além de museólogos e arqueólogos era trocar informações e experiências no campo dos museus e acervos arqueológicos e etnográficos. No IV Fórum Nacional de Museus (IV FNM), realizado em 2010 em Brasília, os membros da REMAAE, seguindo a metodologia de trabalho proposta pela organização do IV FNM e percebendo a necessidade de assumir uma postura mais ativista para o desenrolar das problemáticas do patrimônio arqueológico, propuseram diretrizes e ações estratégicas para a preservação do patrimônio arqueológico alinhadas aos temas transversais do Plano Setorial de Museus do Plano Nacional de Cultura. A partir dessas discussões, a REMAAE amadureceu as propostas de articulação. A rede ganhou mais musculatura ainda com a formalização de uma proposta lançada no encontro anterior, em 2008. Partindo do princípio de que, embora conceitual e teoricamente Arqueologia e Antropologia não se dissociam, para tratar com mais ênfase e propriedade das questões relativas às coleções arqueológicas era necessário reunir e concentrar forças. Assim, finalmente durante o IV FNM o GT de Museus Arqueológicos e Etnográficos foi dividido em dois grupos de trabalho. Dessa forma, os membros da REMAAE puderam durante esse encontro dedicar mais tempo e reflexão para os problemas específicos dos acervos arqueológicos.n REMAAE no IV FNM, Brasília, 2010. Foto: Carlos Costa Assim, agora a REMAAE tem como objetivo estratégico ampliar o espaço de discussão sobre temas relativos à preservação do patrimônio arqueológico, numa perspectiva que parte da área de interseção entre Arqueologia e Museologia. Para isso, é fundamental incrementar o espírito ativista e associativista dos membros, estimulados a propor ações que possam contribuir para com o trabalho das organizações formais de proteção do patrimônio cultural. Assim, além de propostas de mesas redondas e simpósios temáticos em encontros de arqueologia e museologia (como a Sessão Temática “Musealização de Sítios Arqueológicos Urbanos: modelos e desafios”, no III Fórum Luso-Brasileiro de Arqueologia Urbana, coordenado por Alejandra Saladino e Carlos Costa, o simpósio temático “REMAAE: desafios para uma política de preservação do patrimônio arqueológico”, coordenado por Alejandra Saladino e Fabiana Comerlato e o simpósio temático “As interseções entre Arqueologia e Museologia: caminhos possíveis para a gestão do patrimônio arqueológico, coordenado por Diego Lemos Ribeiro e Cristina Bruno ambas as reuniões realizadas durante o XVI Encontro Nacional da SAB) os membros da rede elaboraram um projeto de mapeamento das condições curatoriais dos acervos arqueológicos em museus e demais instituições de guarda. O projeto, em fase de implantação, visa contribuir para concretizar algumas das ações estratégicas definidas durante o IV FNM, nomeadamente, a definição de políticas de acervos arqueológicos. Questionário para levantamento das condições curatoriais das coleções arqueológicas (folha 1) Desde então, os membros da REMAAE – atualmente 118 –, procuram discutir sobre possibilidades de ação e colaboração para com a instituição do patrimônio arqueológico. Na última reunião presencial do grupo, durante o XVI Congresso SAB e o XVI World Congress UISPP, alguns membros da rede verificaram a pertinência das diretrizes e estratégias indicadas no IV FNM bem como sugeriram outras ações, como organizar um encontro da REMAAE nos dias que antecedentes ou sebsequentes ao V FNM (a realizar-se em 2012, no Rio de Janeiro) e propor e viabilizar encontros e reuniões de trabalho interinstitucionais. REMAAE no XVI Congresso SAB, Florianópolis, 2011. Foto: Fabiana Comerlato

Horticultores do Tapajós:Contexto formativo no sítio porto de Santarém, baixo Amazonas,

ABSTRACT In Amazonian archaeology, the Formative period is defined as a period between 4000 and 2000 years BP when agriculture became a generalized form of food production and societies became more sedentary. This period is important because it precedes the development of regional societies around the beginning of the Christian Era. However, it is poorly known. This paper presents preliminary data from a survey investigating the site Formative contexts Port of Santarem, in the Lower Amazon region where a long sequence of occupation dates from the Paleo-Indians. Excavations were carried out in an area of permanent preservation at the site during the months of August and September 2011 and another field stage will start in mid-October until the end of November, in order to better observe the local context in Formative period . During the excavations we found traces of recent occupation of the site, an occupation Santarém and some traces that point to a previous occupation in Santarém, located at the base of the cultural layer. We cannot yet claim that it is an occupation of the Formative period, given that the analysis of material are still in early stage and another stage of field will be made to better observe such a context, but at least we think of the initial occupation of the site. KEYWORDS: Amazonian Formative, Tapajós River archaeology, lower Amazon 1. Introdução Segundo as informações advindas de fontes etnohistóricas, assim, como das pesquisas arqueológicas que já se desenvolveram no local, a cidade de Santarém está implantada sobre um grande sítio arqueológico, do qual a área denominada “Sítio Porto de Santarém” faz parte (Fig.1). Figura 1 - Mapa do sítio urbano de Santarém. Márcio Amaral. Estudos arqueológicos indicam uma ocupação de longa duração nessa área, remontando pelo menos ao período Formativo, estimado para a região em 4.000 anos. Apesar de esse sítio ter sido pesquisado desde a década de 1980, esse contexto Formativo ainda é pouco conhecido, e, portanto, tem sido objeto de investigação da pesquisa desenvolvida no âmbito do projeto de dissertação de mestrado Horticultores do Tapajós: Contexto formativo no sítio porto de Santarém, baixo Amazonas, Pará? Desenvolvido pela autora, e do Projeto de Salvamento do sítio PA-ST-42: Porto de Santarém coordenado pela Drª. Denise P Schaan. Tal pesquisa tem como objetivo a observação das estratégias de apropriação e modificação da paisagem, da fabricação e uso de artefatos e dos recursos disponíveis para a subsistência no contexto Formativo, entendendo, contudo, que a dinâmica de ocupação está ligada não apenas à subsistência, mas também a características sociais, políticas e culturais das sociedades locais. 2. Arqueologia do Sítio Porto As pesquisas realizadas por Roosevelt (Schaan, 2010) no sítio Porto permitiram o estabelecimento da seqüência cultural deste, identificando quatro ocupações diferentes: Formativo, pré-Santarém, Santarém e Histórico. As ocupações do Formativo e do período Pré-Santarém, definidas apenas em campo, ainda não foram adequadamente descritas. Roosevelt (1998) caracteriza o Formativo para a Amazônia como o período de sedentarização de horticultores com subsistência baseada no cultivo de raízes e proteína animal. A iconografia zoomorfa e antropozoomorfa encontrada no conjunto cerâmico desse período estaria relacionada a essa forma de subsistência e corresponderia a mais antiga cerâmica com decoração elaborada já conhecida em todas as áreas em que é encontrada. O conjunto cerâmico referente ao Formativo no sítio Porto foi nomeado por Roosevelt (Schaan, 2010: 80) de Aldeia; portanto, a cultura Aldeia apresentaria cerâmica com decoração rara em linhas incisas e lábios e bordas ponteados. Além da cerâmica, Roosevelt contextualiza o Formativo no sítio Porto a partir de outros vestígios, tais como carvão duro e denso, frutos e sementes mais variados, ossos de pequenos mamíferos em maior quantidade do que de peixes e duas datações radiocarbônicas correspondentes ao Formativo, com taxas de isótopos estáveis de carbono marcadamente negativas, indicando a existência de floresta mais densa e fechada do que no período Santarém (Schaan e Roosevelt, 2008: 8), assim como madeira carbonizada de árvores da floresta tropical encontrada a 2m de profundidade, interpretada por Roosevelt como sendo remanescente de uma roça do Formativo (Schaan, 2010: 81). 3 – Metodologia Atendendo aos objetivos do trabalho foi aberta uma unidade de escavação medindo 2mx2m, na área 10 (área de preservação permanente) do referido sítio, com quatro quadrantes de 1m², os quais foram identificados com letras (A, B, C, D e E) a partir da parede norte em sentido horário e escavados à mão por níveis naturais, acompanhando a disposição de estruturas, coletando tanto artefatos líticos e cerâmicos como vestígios faunísticos e botânicos, também foram coletadas amostras de solo, para análises químicas e de remanescentes botânicos e de carvão para datação e para identificação. A escolha do local deveu-se ao fato de que foram nestas áreas que Roosevelt identificou possíveis contextos formativos. Outra etapa de campo será realizada entre outubro e novembro de 2011, na qual outra área de preservação, onde também foram identificados vestígios do Formativo anteriormente, será escavada em superfície ampla (escavação 2mx4m). 4 – Resultados A ocupação mais recente do local foi observada na coleta de objetos de plástico, de ferro e de faiança nos primeiros níveis da escavação. Observamos também uma ocupação Santarém consistente, com grande densidade de material lascado, abrasadores sulcados e alguns poucos abrasadores planos, assim como de material cerâmico com apliques modelados, incisões, ponteados e engobo vermelho. A reutilização da cerâmica como matéria-prima para a produção de outros objetos ficou evidenciada pela existência de dois apliques modelados com um furo central indicando sua possível utilização como pingente e de uma rodela de fuso feita de uma cerâmica engobada de vermelho nos dois lados, remetendo à coloração de alguns desses objetos fabricados em pedra. Na base da camada cultural, mais exatamente nos últimos 40 cm desta, observamos um contexto diferente e relativamente aproximado ao cenário Formativo descrito por Roosevelt, a maior semelhança entre os contextos é a freqüência significativa de carvão em blocos médios duros e densos como Roosevelt indica, outra evidência é a coloração da cerâmica, que é mais clara que aquela da ocupação Santarém, assim como a espessura dos fragmentos é mais fina, contudo a quantidade destes é muito pequena. Com relação a ossos, foram coletados apenas 5 fragmentos e não coletamos sementes nesse pacote cultural. Portanto, embora durante as escavações tenhamos observado que houve uma ocupação anterior à Santarém no local, não podemos concluir se trata-se de fato de uma ocupação formativa, haja vista que as análises de laboratório ainda estão em andamento. Contudo isso aponta para a ocupação inicial do sítio e poderemos pensar a partir de quando se deu a apropriação humana do espaço no sítio Porto. 5 - Referências SCHAAN, Denise P. Salvamento Arqueológico do Sítio PA-ST-42: Porto de Santarém. Relatório Final. UFPA. 2010. SCHAAN, Denise P. e Anna C. ROOSEVELT. Projeto Baixo Amazonas. 1º Relatório Parcial. Belém. 2008. ROOSEVELT, Anna C. Arqueologia Amazônica. In: História dos índios no Brasil. Editado por Manuela Carneiro da Cunha. Cia. Das Letras. 1998. Cap. 3, p. 53-86.

Horticultores do Tapajós:Contexto formativo no sítio porto de Santarém, baixo Amazonas, RESUMO II ELAA

Horticultores do Tapajós:Contexto formativo no sítio porto de Santarém, baixo Amazonas, Pará?Informações preliminares Daiana Travassos ALVES Universidade Federal do Pará (UFPA) – daianatalves@gmail.com. RESUMO Na arqueologia Amazônica, o período Formativo é definido como um período entre 4000 e 2000 anos AP quando a agricultura se tornou a forma generalizada de produção de alimentos e as sociedades se tornaram mais sedentárias. Esse período é importante porque precede o desenvolvimento de sociedades regionais em torno do início da Era Cristã. Entretanto, é pouco conhecido. Este trabalho apresenta informações preliminares de uma pesquisa que investiga contextos Formativos no sítio Porto de Santarém, no baixo Amazonas, uma região onde a longa sequência de ocupação data do período Paleoíndio. Escavações foram realizadas em uma área de preservação permanente no sítio Porto durante os meses de agosto e setembro de 2011 e outra etapa de campo terá início na segunda quinzena de outubro até o final de novembro, com o objetivo de observar melhor esse contexto Formativo no local. Durante as escavações observamos vestígios da ocupação recente do local, uma ocupação Santarém e alguns vestígios que indicam para uma ocupação anterior à Santarém, localizada na base da camada cultural. Ainda não podemos afirmar que seja uma ocupação do período Formativo, haja vista que as análises de material ainda estão em fase inicial e que mais uma etapa de campo será realizada para observar melhor tal contexto, contudo no mínimo poderemos pensar na ocupação inicial do local. Palavras-Chave: Formativo amazônico, Arqueologia do rio Tapajós, Baixo Amazonas

ARQUEOLOGIA PREVENTIVA E ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL: ORIGENS DA INDÚSTRIA MINERADORA EM MINAS GERAIS

ARQUEOLOGIA PREVENTIVA E ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL: ORIGENS DA INDÚSTRIA MINERADORA EM MINAS GERAIS Ronaldo André RODRIGUES DA SILVA Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) / Comitê Brasileiro para a Preservação do Patrimônio Industrial (TICCIH-Brasil) – ronaldoandre@gmail.com Palavras-chave: Arqueologia Preventiva, Arqueologia Industrial, Indústria Mineradora, Minas Gerais. Abstract Preventive Archaeology develops the interventions and recovery and rescue actions of sets built that allow an expansion of knowledge in relation to a given space. Along with the Industrial Archaeology, the works of Preventive Archaeology take a specific dimension capable of providing the (re)structuring and (re)cognition of industrial elements. These elements allow the development of economic activities in remote periods. Thus, this study determines a relationship between these "two" archaeologies so they can along the archeology of landscape, provide information for the construction of knowledge and the relevance and importance of specific economic sectors. As an example, the development of the set of techniques that permitted the methodological analysis of archaeological objects for understanding and reconstructing the spaces of the mining industry and its environs in Minas Gerais since its origins. Thus, the objective is the development of an interdisciplinary process that can reveal the fundamental importance of these archaeological collections for the global understanding of the history of geographic areas occupied for them. The techniques and methodology applied has a character to raise the knowledge of industrial, economic and social processes. As well as enable the development of a knowledge that is a knowledge axis about on the importance of this sector to economic and social development. Keywords: Preventive Archaeology, Industrial Archaeology, Mining Industry, Minas Gerais. 1. Arqueologia Preventiva e Arqueologia Industrial A capacidade de reutilização do sítio arqueológico, como espaço de reconstrução de uma realidade social particular, no caso, a da instalação de indústria siderúrgica, pode proporcionar, assim como no caso da Fábrica de Ferro de Iperó, exemplo de patrimônio, o desenvolvimento e resgate de uma memória social e industrial que permita entender as origens dos processos de industrialização estadual e nacional (Figura 01). Para Morais (2007), os aspectos metodológicos necessários ao desenvolvimento de um estudo de arqueologia preventiva estão determinados não somente pelos aspectos legais e marcos regulatórios. Eles estão complementados pela capacidade do empreendedor em desenvolver de maneira adequada a atividade arqueológica, tendo como uma de suas preocupações principais as análises ambientais que permitam monitorar, prever, ou minimizar, os seus impactos negativos. Já os movimentos de construção da arqueologia industrial estão intimamente ligados aos processos de promoção e conservação, inventário, documentação, investigação e valorização do patrimônio industrial. Além destas formas, têm-se também o fomento ao ensino destes aspectos, com o objetivo de suscitar nas pessoas e nas organizações a importância e revalorização do patrimônio industrial, suas implicações nos processos de vida do homem e de construção do atual estado da sociedade. (Bergeron, 1995). Define-se, conforme acima, a arqueologia industrial como sendo um método interdisciplinar para o estudo de toda evidência, material ou imaterial, de documentos, artefatos, estratigrafia e estruturas, assentamentos humanos e terrenos naturais e urbanos, criados por processos industriais ou para eles. A arqueologia industrial faz uso dos métodos de pesquisa mais adequados para fazer entender melhor o passado e o presente industrial. (TICCIH, 2003) Dessa maneira, tem-se uma confluência de princípios em que as linhas de pesquisa denominadas arqueologia da paisagem ou arqueologia da arquitetura podem contribuir ao desenvolvimento de atividades arqueológicas em sítios que necessitem uma maior capacidade de reconstituição dos espaços utilizados, bem como aspectos sócio-culturais que dele derivam. A utilização de uma abordagem menos invasiva torna-se possível, com o auxilio de tecnologias adequadas, tais como sensoriamento remoto, sistemas de informação geográfica e sistemas georeferenciados cujas tecnologias permitem análises de áreas de interesse e garantem seu pleno desenvolvimento (Morais, 2006, 2007). 2. Do Ciclo do Ouro ao Desenvolvimento Industrial A história do Estado de Minas Gerais se desenvolve e está entrelaçada ao desenvolvimento da indústria minera. O próprio nome do Estado ¬¬¬¬¬– “Minas Gerais” – leva à intuição de grandes reservas dos vários minerais por sua extensão. O descobrimento de grandes quantidades de ouro no século XVIII foi o ponto de partida para o desenvolvimento da indústria mineira que até os primeiros anos do século XX seguiu sendo um de seus pontos de referência. Os processos migratórios e o desenvolvimento dos grandes jazidas determinaram os movimentos sociais e de trabalho durante o século XVIII. Ainda sob a dominação do Império Português, o estado foi considerado o mais importante na colônia brasileira e o período do ouro foram condicionantes e determinantes para mudar os processos sócio-econômicos a partir de seu crescimento, auge e decadência (1693 a 1770) e a considerável proto-indústria do ouro. (Barbosa, 1979; Costa, 1978). Durante o período que compreende o século XIX até o final do Império, em 1889, pode-se considerar a importância da expansão da indústria mineira na província de Minas Gerais. Nesse período, sua consolidação ocorre de maneira embrionária, sendo que, posteriormente se tem a criação das grandes empresas de siderurgia e mineração, além da expansão capitalista do país e da formação dos grandes centros industriais. O patrimônio mineiro, dessa maneira, pode ser considerado em suas mais diversas formas de manifestação, nas minas escavadas ao longo dos séculos, nas cidades desenvolvidas ao redor delas, nos métodos e técnicas de exploração dos minerais e também a própria cultura e educação. 4. Aspectos de Metodologia Arqueológica Uma proposta de estudo arqueológico e análise dos vestígios das principais empresas siderúrgicas mineiras toma em consideração as empresas/indústrias instaladas no século XIX como amostra da população existente. Tem-se alguns aspectos a serem considerados a partir da busca de “vestígios” das empresas que apresentem elevados graus de importância e de influencia para o desenvolvimento sócio-econômico, além das influências sociais e culturais nos ambientes em que se estabeleceram. Em relação às etapas consideradas para a análise arqueológica, tomou-se, inicialmente, em consideração, os seguintes aspectos, tais como, a determinação geográfica e política das indústrias e sua menção para a cultura material e industrial, além da importância histórico-patrimonial; a definição de fontes escritas – documentos cadastrais, registro, donos empresariais – comprovados segundo seus correspondentes arquivos e registros; a determinação dos limites geográfico-físicos de atuação da indústria com delimitação da área em que se realização os levantamentos planimétricos, prospecções, fotos aéreas e imagens de satélite; e a compilação bibliográfica das indústrias, a partir de publicações próprias e de terceiros que permitam construir uma narrativa histórica dos sítios arqueológicos a serem pesquisados, além da elaboração de oficinas populares e com órgãos gestores estatais que visem atingir as populações locais quanto à história oral e à memória social dos sítios analisados (Iturriza et al., s/d). Conforme os aspectos considerados para a execução de um levantamento de um estudo de arqueologia devem ser igualmente considerados os estágios básico, avaliação e manejo em que se tem etapas de levantamento, mensuração, avaliação e consideração dos elementos constituintes do conjunto espacial considerado, suas características e possibilidades de intervenções. Uma configuração metodológica complementar centrada na análise de situações reais em que se desenvolve o trabalho humano complementa os aportes acima e incluem os processos desenvolvidos pela sociologia industrial cujas etapas para uma metodologia de trabalho têm uma configuração específica. Para Gutiérrez Lloret (1994), pode-se, assim, (re)construir diversas possibilidades e características das construções e suas formas de utilização, bem como sua influência na construção social das pessoas segundo um estudo dos sistemas de crenças e promoção dos processos de inserção social nas empresas e sociedades. Dessa maneira, permite-se desenvolver um campo de estudos que possui “o método arqueológico como veículo para ‘entender a linguagem das coisas’, e uma afirmação de tanto se falar em abstrato das relações sociais que se esquece que o poder se exerce através das coisas e os espaços”. (Torró, 1994, pp. 49-50). Uma proposta metodológica deve buscar a centralidade de análise segundo as situações reais em que se desenvolve o trabalho humano e cuja complementação envolva as diversas aportações que incluem os processos e elementos de análise da arqueologia industrial que se torna uma disciplina transversal e permite uma riqueza e complexidade de estudos, a partir do ponto de observação do pesquisador. (Castillo, 1994, 1998). 5. Considerações Finais Dentre os importantes processos considerados para a formação das cidades brasileiras no século XX não se pode desconsiderar a formação cultural, a industrialização e seus desdobramentos compreendem parte de uma realidade que se faz crescente e presente durante todo o período recente da economia brasileira. Entretanto, o processo industrial, geralmente, é percebido sob olhares das estruturas macro e microeconômicas, sob as características da gestão e crescimento e desenvolvimento das empresas e também o caráter estrutural e tecnológico. Tais idéias buscam, desta forma, apresentar as bases conceituais e uma proposta aos processos metodológicos utilizados no desenvolvimento da investigação. A utilização de perspectivas qualitativas (através da análise de os documentos, entrevistas e busca de fontes de informação) pretende traduzir os esforços necessários para cumprirem-se os objetivos propostos. O emprego de uma perspectiva particular e peculiar que não rechaça a busca de idéias e propostas baseadas em estudos existentes. O que se pretende é proporcionar a aplicabilidade do estudo e confirmar os métodos utilizados para ampliar as construções interdisciplinares que tenham a arqueologia como aporte principal. As perspectivas de desenvolvimento compartilhado da arqueologia preventiva e da arqueologia industrial são percebidas sob a óptica transdisciplinar e permitem uma atuação complementar de conhecimentos. Possibilitam a construção de um trabalho de campo que envolve uma dinâmica de (re)construção e (re)definição de papéis. Ao localizar e identificar um objeto de estudo comum têm como pressupostos: reconstruir as relações sócio-empresariais e entender não somente o caráter econômico, mas igualmente o modo social e os processos de vida. 6. Referencias bibliográficas BARBOSA, Waldemar de A. História de Minas Gerais – vol. 1. Belo Horizonte: 3 vol., Ed. Comunicação, 1979. BERGERON, Louis. Arqueología Industrial, pasado e presente. Revista de Historia Industrial, n. 7, p.169-195, 1995. CASTILLO, Juan José. El taylorismo hoy: ¿Arqueología Industrial? In: El trabajo del sociólogo. Madrid: Complutense, pp. 59-76, 1994. CASTILLO, Juan José. ¿Ha habido en España organizadores de la producción? Entre dos Congresos de Ingeniería, 1919-1950. In: CASTILLO, J.J. & VILLENA, J.. Ergonomía. Conceptos y Métodos. Madrid: Complutense, pp. 31-66, 1998. COSTA, Iraci del Nero da. As populações das Minas Gerais no século XVIII: um estudo de demografia histórica. São Paulo: FEA/USP, 1978. GUTIÉRREZ LLORET, Sonia. La arqueología después de la Edad Media: El Registro Arqueológico en la Historia Moderna y Contemporánea, en Jornadas de Arqueología Valenciana, Alfaz del Pi, Alicante, 1994. ITURRIZA, D.; PUENTES, H.; MORALES MORALES, L. F.; DE ANGELIS, A. Descripción de la metodología para la puesta en valor turístico de 12 sitios arqueológicos en la provincia de Catamarca. Argentina: Escuela de Arqueología, Universidad Nacional de Catamarca, s/d. MORAIS, José Luiz de. Reflexões acerca da arqueologia preventiva. IN: IPHAN – Patrimônio: atualizando o debate. São Paulo: IPHAN, pp. 191-220, 2006. MORAIS, José Luiz de. Arqueologia da paisagem como instrumento de gestão no licenciamento ambiental de atividades portuárias. IN: Revista Eletrônica de Gestão de Negócios, eGesta, v. 3, n. 4, p. 97-115, out.-dez./2007. TICCIH. The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage. Documentation, 2003. Disponível em: . Acesso em: 15 jul. 2011. TORRÓ, Josep. Arqueología, trabajo y capital. Algunas consideraciones a propósito do II Congrés d´Arqueología Industrial do País Valencià. In: Revista Sociología del Trabajo. Nova Época, nº 22, pp. 47-62, 1994.

ARQUEOLOGIA PREVENTIVA -RESUMO

ARQUEOLOGIA PREVENTIVA E ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL: ORIGENS DA INDÚSTRIA MINERADORA EM MINAS GERAIS Ronaldo André RODRIGUES DA SILVA Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) / Comitê Brasileiro para a Preservação do Patrimônio Industrial (TICCIH-Brasil) – ronaldoandre@gmail.com Resumo A Arqueologia Preventiva busca desenvolver as intervenções e ações de recuperação e resgate de conjuntos edificados que permitam uma ampliação de conhecimentos em relação a um determinado espaço. Juntamente à Arqueologia Industrial, os trabalhos de Arqueologia Preventiva tomam uma dimensão específica capaz de proporcionar a (re)estruturação e o (re)conhecimento de elementos industriais que porventura tenham permitido o desenvolvimento de atividades econômicas em períodos remotos. Dessa maneira, este trabalho busca determinar uma relação entre estas “duas” arqueologias de maneira que possam, juntamente à Arqueologia da Paisagem, fornecer informações que permitam a construção de um conhecimento acerca da relevância e importância de setores econômicos específicos. Como exemplo, busca-se desenvolver um conjunto de técnicas que permita elaborar uma metodologia de análise de objetos arqueológicos que permitam compreender e reconstituir os espaços da indústria mineradora e seus entornos em Minas Gerais desde suas origens. Assim, objetiva-se a elaboração de um processo interdisciplinar que possa revelar a fundamental importância desses conjuntos arqueológicos para se entender de maneira global a história dos espaços geográficos por elas ocupados. As técnicas aplicadas e a metodologia desenvolvida tem um caráter de elevar o conhecimento dos processos industriais, econômicos e sociais, além de permitir o desenvolvimento de um conhecimento que venha a constituir-se em um eixo de saberes sobre a importância desse setor ao desenvolvimento econômico e social. Palavras-chave: Arqueologia Preventiva, Arqueologia Industrial, Indústria Mineradora, Minas Gerais.

RESUMO TRABALHOS DO II ELAA-“conto de fadas” darwinista– uma perspectiva pluralista às novas e velhas cronologias extremas para o Continente Americano.

O impasse do “conto de fadas” darwinista– uma perspectiva pluralista às novas e velhas cronologias extremas para o Continente Americano. Antonio Carlos Ribeiro de ANDRADA Machado e Silva1, Lennon Oliveira MATOS2, Nevi Santos AMORIM3, Orestes Jayme MEGA4 1- Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)- antonioandrada@gmail.com; 2- Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)- lennon.matos@hotmail.com; 3- Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)- amorim.nevi@gmail.com; 4- Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)- orestes_mega@yahoo.com.br. ABSTRACT: The antiquity of man in the American continent has been seen as a strong field of bitter disputes and controversy since “the discovery” of the New World. The contemporary debate carried out by scholars works with dates that rarely exceed the limits of chronological evolutionary concepts created by European and North American consensus in the last century and a half. However, in this same period, many different perspectives have been proposed, including in Brazil, chronological scenarios were produced by hard data obtained from research in own American continent. Such evidence cannot be supported by bio-anthropological evolutionary model in its contemporary narratives. Thus, ostracized under the stigma of "anomalous", such research has been placed on the margins of scholarly discussion and teaching institution for decades. These researchers, however, has used his findings in isolation in order to construct narratives that enhance visibility and timely proposals for smaller range. We understand, however, that such evidence, if is viewed together, not only shrink the chronologies of American occupation of the territory, but definitely, empirically deconstruct the biological and archaeological modern narratives for human origins. In this context, therefore, we not only appreciate a descriptive or historiographical analysis of these anomalous findings, but performed an epistemology analysis of it, a critic of the biological evolution discourse in archeology as the main superstructure for this existing filter of knowledge in the intellectual sphere, responsible for this cosmological paradigm of human origins in scientific modernity, this ontology is the foundation of a metaphysical narrative that remains only through institutional mechanisms of propaganda. Key words: American Archaeology, Human Origin, Evolution, Paradigm, Modern Discourse. RESUMO EXPANDIDO: Toda a perspectiva da narrativa tradicional da arqueologia se desenvolveu ao redor da lógica científica discursiva construída ao redor do núcleo axiomático da icônica Teoria da Evolução Moderna (ou Síntese Moderna). Essa narrativa, contudo, claramente confina-se ao entendimento do fenômeno humano num contexto ontológico da biologia moderna, que se insere numa lógica espaço-temporal (linear e evolutiva) construída pelo pensamento moderno (CREMO, 1999b). Esta concepção tem sido criticada como sendo apenas uma construção ideada, representada pela divisão que ocorreu no pensamento ocidental, como uma divisão da experiência, no advento da metáfora metafísica materialista, do mecanicismo e do rompimento com a re-construção do passado, tal discurso consolidou-se hegemônico nas estruturas sociais pelo distinto crescimento próspero desta certa visão filosófica particular do homem com seus meios particulares pelos quais os seres humanos operaram socialmente dentro deste contexto (THOMAS, 2004). Assim, neste mesmo período, outras diferentes perspectivas empíricas e teóricas foram propostas, muitas dentro da própria lógica moderna, entretanto, não alinhada com o eixo axiomático da cronologia produzida pelo paradigma da evolução bioantropologica, a partir de dados concretos obtidos em pesquisas no próprio continente Americano. Trabalhos arqueológicos em sítios neste continente, inclusive no Brasil, evidenciam a presença hominínea em períodos extremamente recuados em relação à teoria (CREMO, 1999). Tais evidências apontam para uma cronologia muito mais recuada do que os modelos evolutivos podem comportar em suas narrativas contemporâneas. Lembremos que a arqueologia ainda é uma disciplina histórica e moderna, empírica, mas fragmentária, de episteme dedutiva e de constatação experimental não replicável como a paleoantropologia, e assim propícia ao desenvolvimento de visões dogmáticas, que de certa forma constroem seu discurso “manufaturando o conhecimento” para a manutenção de suas próprias estruturas de poder, construindo sistemas de representação locais, instrumentos práticos e sistemas políticos para tornar suas descobertas fenomenalmente visíveis, e sobre tudo “consensuais” com a maioria das vertentes teóricas aceitas por tradição através da propaganda acadêmica. Mesmo que para isso tenha-se que negar o empirismo. Temos, por exemplo, o caso do Sitio Toca da Esperança, no estado da Bahia, publicado por M. Beltrão e de Lumley (1988). Com ossos datados por séries de urânio em três diferentes laboratórios: Gif-sur-Yvette, frança; University of Califórnia em Los alamos e pelo laboratório da U.S Geologycal Survey em Menlo Park. Este contexto de pesquisa, através de métodos absolutos, considera que o primeiro povoamento americano se deu há mais de 300.000 anos B.P, a hipótese seria que o Homo erectus já bem adaptado ao clima siberiano teria atravessado estreito de Bering na época do penúltimo ciclo glacial pleistocênico, Illinois que corresponde, na Europa, ao glacial Riss. Assim, há 400.000 anos ou mais. O interessante sobre este caso é que a pesquisa não foge ao consenso evolutivo, mas o mantém, ao atribuir seus achados arqueológicos ao Homo herectus, mesmo admitindo a falta de quaisquer evidencias fósseis (BELTRÃO; PEREZ, 2007). Outro caso brasileiro interessante foi o ocorrido num afloramento de maciço calcário, sítio Toca do Garrincho, sudeste do Piauí, próximo ao Parque Nacional Serra da Capivara, onde foram encontrados, “restos humanos diferenciados”. Um fragmento de osso parietal no sedimento de um depósito pré-escavado e alguns dentes de abaixo de um assoalho estalagmítico durante escavações realizadas por uma Missão Franco-Brasileira. Segundo Peyre (1998), junto com o paleoantropólogo Yves Coppens (GUIDON; PEYRE; GUÉRIN; COPPENS, 2000), chegaram a apontar num molar e num incisivo, que os espécimes possuíam várias características pré-sapiens. Apesar disso, e obviamente devido ao “contexto da pesquisa” (geográfico e biológico evolutivo), concluíram que os dentes apenas “possuem uma morfologia arcaica”, mas que pertencem ao Homo sapiens, exibindo características intermediárias entre os Homo sapiens e os Homo sapiens arcaicos (muito similar aos espécimes de Qafzeh e grupos humanos arcaicos da Ásia, África e Europa). Num exame mais detalhado da publicação, gostaríamos aqui de chamar a atenção para a semelhança apontada nos dados da biometria dos dentes com grupos de Homo neanderthalensis. Tal possibilidade é até mesmo discutida no artigo de Peyre, para depois ser descartada em prol da interpretação em favor da identificação como “Homo sapiens arcaico” devido à ausência de certas características presentes apenas em determinados grupos de neanderthais (GUIDON; PEYRE; GUÉRIN; COPPENS, 2000). Para os pesquisadores da Toca do Garrincho, a afirmação de que tais espécimes representam pré-hominídeos é absurda, não tanto porque não há contexto arqueológico para tal (como vimos com as pesquisas de Beltrão e sua atribuição a presença do Homo erectus), mas porque estes estão envolvidos em direcionar suas conclusões para apoiar tese local sobre o povoamento da América desenvolvida pela pesquisadora Niède Guidon, controversa também, mas que não afeta diretamente o paradigma africano da evolução humana. A interpretação de que os espécimes são em realidade “sapiens arcaicos” apóia a tese da pesquisa local do sudeste do Piauí de que a região teria sido uma das mais antigas a serem ocupadas pela presença do homem. Lembremos que a data consensual do paradigma evolutivo coloca o Homo sapiens surgindo entre 180 Ka a 150 Ka BP. Portanto, para estes pesquisadores, atestar que as populações do sudoeste do Piauí “preservaram” características arcaicas da época do surgimento do Homo sapiens, significa em suas própria palavras que estas evidências “comprovam” a tese de Guidon (GUIDON, PEYRE, GUÉRIN & COPPENS, 2000). Podemos comparar estes casos brasileiros com muitos outros como os da área arqueológica de Valsequillo no México, que utilizamos em nossa análise, principalmente o sitio Hueyatlaco (STEEN-MCINTYRE et al, 1981) que é um exemplo importante para refletirmos mais uma vez sobre a força do paradigma evolutivo direcionando as interpretações das evidencias. Assim, parece por fim, que a interpretação na arqueologia pré-histórica está sempre voltada para a manutenção do paradigma darwinista, quando não unicamente para a valoração da própria pesquisa local e de sua visibilidade, tomando por prática “metodológica” a escolha arbitrária de quais sítios específicos considerar para a construção de uma narrativa geral. As negativas sobre sítios de datas extremas recolhidas de maneira legítima no Novo Mundo não se harmonizam com o paradigma evolutivo do Velho Mundo, principalmente na questão espaço-temporal das origens humanas. Sobre a construção do discurso da modernidade na arqueologia, concluímos que o conhecimento de credibilidade, embora esteja situado numa intersecção entre localidade geográfica e diferenças culturais, ainda é hegemônico nas superestruturas da ciência como no que concerne à ontologia darwinista. Tal perspectiva se consolidou e se instrumentalizou, principalmente após a profissionalização da disciplina em meados do sec. XX, nas práticas institucionais que dirigiram seus esforços na manutenção das superestruturas narrativas dos estados capitalistas. O seqüestro da pesquisa científica sob a tutela hegemônica destes estados como agentes reguladores e financiadores viabilizou as práticas e mecanismos de controle no âmbito da pesquisa e sua propaganda tanto no ensino como na difusão. REFERENCIAS: BELTRÃO, M. C. de M. C; Perez, R. A. R. Questões de paleontologia humana: O homem nas Américas. XX Congresso Brasileiro de Paleontologia-UFC, 21 a 26 de Outubro de 2007. CREMO, M. Forbidden Archeology of the Early and Middle Pleistocene: Evidence for Physiologically and Culturally Advanced Humans. Em: World Archeological Congress 4, Cape Town, South Africa, January 9-14, 1999. CREMO, M. Puranic Time and the Archeological Record. Em: World Archaeological Congress 3, December 4–11, 1994, New Delhi, India. Published as chapter 3 in the the peer-reviewed conference proceedingd volume Time and Archaeology, edited by Tim Murray, Routledge, London, 1999b. CREMO, M. The Nineteenth Century California Gold Mine Discoveries: Archeology, Darwinism, and Evidence for Extreme Human Antiquity. Em: World Archaeological Congress 5 June 21-26, 2003 Washington, D.C. GUIDON, N., PEYRE, E., GUÉRIN, C., COPPENS, Y. Resultados da datação de dentes humanos da Toca do Garrincho, Piauí, Brasil , Clio Arqueológica, nº 14, 2000, p. 75-86. LUMLEY, H. de. et at. De’couvert d’outils taille’s associ’es `a des faunes du Ple’istocene moyen dans la Toca da Esperanca, E’t de Bahia, Br’esil. Comptes Rendos de l’ Acade’mie dês Sciences, No 306, serie II, 1988, P.241-247. STEEN-MCINTYRE, V., R. FRYXELL, AND H.E. MALDE, Geologic Evidence for Age of Deposits at Hueyatlaco Archaeological Site, Valsequillo, Mexico, Quaternary Research, v. 16, 1981, pp. 1-17. THOMAS, J. Archaeology and Modernity. London: Routledge, 2004.

sábado, 3 de dezembro de 2011

RESUMOS DO II ELAA O impasse do “conto de fadas” darwinista–

O impasse do “conto de fadas” darwinista– uma perspectiva pluralista às novas e velhas cronologias extremas para o Continente Americano. Antonio Carlos Ribeiro de ANDRADA Machado e Silva1, Lennon Oliveira MATOS2, Nevi Santos AMORIM3, Orestes Jayme MEGA4 1- Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)- antonioandrada@gmail.com; 2- Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)- lennon.matos@hotmail.com; 3- Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)- amorim.nevi@gmail.com; 4- Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)- orestes_mega@yahoo.com.br. RESUMO: A antiguidade do homem na América tem sido vista como um campo de fortes disputas e controvérsias ferrenhas desde o descobrimento deste Novo Mundo. O debate contemporâneo realizado pelas academias trabalha com datações que raramente ultrapassam os limites das concepções cronológicas evolutivas criadas pelos consensos Europeu e Norte Americano no último século e meio. Porém, neste mesmo período, muitas outras diferentes perspectivas foram propostas, inclusive no Brasil, de cenários cronológicos produzidos a partir de dados concretos obtidos em pesquisas no próprio continente Americano. Tais evidências não podem ser suportadas pelo modelo evolutivo bio-antropológico em sua narrativa contemporânea. Assim, ostracizadas sob o estigma de um caráter “anômalo” suposto, tais pesquisas têm sido colocadas à margem da discussão acadêmica e do ensino institucional há várias décadas. Tais pesquisadores, por outro lado, tem se utilizado de suas descobertas de maneira isolada visando à construção de narrativas que valorizem pontualmente proposições de visibilidade e alcance menor. Entendemos, porém, que tais evidências se vistas em conjunto, não só recuam as cronologias de ocupação do território Americano, mas definitivamente desconstroem empiricamente as narrativas modernas, biológicas e arqueológicas para as origens humanas. Neste contexto, portanto, não apreciamos apenas uma análise descritiva ou historiográfica destas descobertas anômalas, mas realizamos uma análise epistêmica, uma crítica ao discurso da evolução biológica na arqueologia como sendo a principal superestrutura, responsável por este filtro intelectual paradigmático na esfera cosmológica das origens humanas na Modernidade científica, ontologia essa, fundadora de uma narrativa metafísica que se mantém apenas através de mecanismos de propaganda institucional. Palavras chave: Arqueologia americana, Origem humana, Evolução, Paradigma, Discurso Moderno ABSTRACT: The antiquity of man in the American continent has been seen as a strong field of bitter disputes and controversy since “the discovery” of the New World. The contemporary debate carried out by scholars works with dates that rarely exceed the limits of chronological evolutionary concepts created by European and North American consensus in the last century and a half. However, in this same period, many different perspectives have been proposed, including in Brazil, chronological scenarios were produced by hard data obtained from research in own American continent. Such evidence cannot be supported by bio-anthropological evolutionary model in its contemporary narratives. Thus, ostracized under the stigma of "anomalous", such research has been placed on the margins of scholarly discussion and teaching institution for decades. These researchers, however, has used his findings in isolation in order to construct narratives that enhance visibility and timely proposals for smaller range. We understand, however, that such evidence, if is viewed together, not only shrink the chronologies of American occupation of the territory, but definitely, empirically deconstruct the biological and archaeological modern narratives for human origins. In this context, therefore, we not only appreciate a descriptive or historiographical analysis of these anomalous findings, but performed an epistemology analysis of it, a critic of the biological evolution discourse in archeology as the main superstructure for this existing filter of knowledge in the intellectual sphere, responsible for this cosmological paradigm of human origins in scientific modernity, this ontology is the foundation of a metaphysical narrative that remains only through institutional mechanisms of propaganda. Key words: American Archaeology, Human Origin, Evolution, Paradigm, Modern Discourse.

A FAZENDA CAPÃO DO BISPO E OS ENGENHOS DO CICLO DA CANA DE AÇUCAR NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO , RJ. Autores: Vanessa Maria da Costa R. FRANCISCO (1), Viviane Maria da Costa R FRANCISCO (2), Letícia Maria Rodrigues VERDADE (3)

A FAZENDA CAPÃO DO BISPO E OS ENGENHOS DO CICLO DA CANA DE AÇUCAR NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO , RJ. Autores: Vanessa Maria da Costa R. FRANCISCO (1), Viviane Maria da Costa R FRANCISCO (2), Letícia Maria Rodrigues VERDADE (3) (1)Centro Brasileiro de Arqueologia (CBA)-vanessapaleonto@hotmail.com (2)Centro Brasileiro de Arqueologia(CBA)- vivianefrancisco@oi.com.br (3) Colégio Coração de Maria-Meier. Palavras-chave - cana de açúcar, Capão do Bispo, engenhos, história, patrimônio histórico.
Resumo: O trabalho apresenta o resultado de pesquisas bibliográficas e de campo efetuados pela equipe de pesquisa do Centro Brasileiro de Arqueologia. Durante a fase colonial do Brasil, o Rio de Janeiro foi um centro produtor de açúcar, que era exportado para a Europa pelo governo. Os canaviais se estendiam pela Zona Norte e Oeste do atual município do Rio de Janeiro. Remontam a essa época os nomes de diversos bairros como Engenho da Rainha, Engenho Novo, Engenho de Dentro, Engenho Velho. No entanto, o que restou desse longo período da história econômica do Rio de Janeiro, foi apenas o edifício de uma fazenda denominada Capão do Bispo, localizada na Avenida Don Helder Câmara, em Del Castilho, que permanece de pé até os dias atuais. Apesar da importância desse patrimônio e de ser tombado pelo Patrimônio Histórico, na prática pouco tem sido feito pelo poder público no sentido de preservar essa relíquia de um importante período da História do Rio de Janeiro. Certamente a falta de políticas públicas de preservação do patrimônio histórico e pré-histórico responde por essa situação. Na verdade não basta tombar, é necessário preservar. Abstract: The paper presents the results of literature searches and field work carried out by the research team of Brazilian Archaeology Center. During the colonial period of Brazil, Rio de Janeiro was a center for production of sugar which was exported to Europe by the government. The sugar cane fields outstretched by the North and West of the current city of Rio de Janeiro. Go back to that time the names of diverse neighborhoods like Engenho da Rainha, Engenho Novo, Engenho de Dentro, Engenho Velho, which, however is what remains of this long period of economic history of Rio de Janeiro. Only the building of a farm called the Capão do Bispo, located at Avenida Don Helder Camara, in Del Castilho, remains standing until the present day. Despite the importance of heritage and being listed by Historical Patrimony, in practice little has been done by the government to preserve this relic of an important period in the history of Rio de Janeiro. Certainly the lack of public policies for preservation of historic and prehistoric heritages answers for this situation. Actually not just being listed, it is necessary to preserve. Introdução Antes de ter sido um país identificado com o café, o Brasil marcou presença na economia mundial graças a produção de açúcar. Palavras como "melaço" e "mascavo" ou "mascavado", mesmo que transmudadas em formas anglicizadas (molasses, muscovado), logo se tornaram correntes no vocabulário do comércio internacional. Entende-se por ciclo do açúcar a fase da história do Brasil marcada pela produção de açúcar nos engenhos nordestinos. Começou pouco depois da descoberta e acarretou profundas conseqüências sociológicas e culturais, até o século XVIII. As formas de vida social, política e cultural decorrentes da economia açucareira no Nordeste constituíram matéria de numerosos estudos. Há controvérsias sobre os primeiros europeus a chegarem na Baia da Guanabara. Pode ter sido a expedição que em 1501 saiu de Lisboa e teria penetrado a ria de Guanabara no primeiro dia de janeiro de 1502, indo depois até Angra dos Reis. Poderia ter sido a expedição de 1530 que teria chegado em primeiro de janeiro de 1531(Lamego,1948). O fato é que o nome Rio de Janeiro se deve a data de descoberta da ria (desembocadura de rio) em janeiro. A ameaça representada pela chegada dos franceses em 1555 obrigou Portugal a dar atenção à região. Em 1° de março de 1565 foi fundada São Sebastião do Rio de Janeiro por Estácio de Sá. O Rio começou a evoluir de verdade com a chegada dos Jesuítas. Foram criados engenhos no interior e no entorno da baia da Guanabara: Engenho Velho, Engenho Novo, Engenho da Rainha, etc. (Lamego, 1950) O engenho mais antigo pertencia a Salvador C de Sá e ficava na Tijuca, seguido do engenho da Lagoa Rodrigo de Freitas de A Salem. A indústria açucareira crescia com a ajuda do governo. Os jesuítas que tinham o Engenho Velho no Flamengo temiam os corsários e por isso fundaram o Engenho Novo mais distante do litoral. A Sesmaria da Ordem englobava o Engenho Velho, Andaraí, São Cristovão indo até o rio Iguaçu. No início do século XVII a lavoura da cana de açúcar generaliza-se, aumentando a produção de açúcar, melado e cachaça. A maior usina foi de Santa Cruz pertencente aos Jesuítas. A cana de açúcar foi levando o povoamento aos locais mais distantes da cidade do Rio de Janeiro. A fortuna dos senhores de engenho com o trabalho escravo se estendeu ao Norte do Estado (Campos) o que abriu caminho à entrada do café no entorno da Baia de Guanabara. Existiam 24 engenhos de açúcar e aguardente produzindo mais de 200 mil sacos de açúcar. Em 1792 o bispo José Joaquim Justiniano, dono do engenho do Capão já produzia a coffea arabica junto com a cana de açúcar. A produção de café crescia enquanto entrava em declínio a produção de açúcar.( Lamego, 1948).
Origens Durante a Idade Média, as poucas quantidades de açúcar consumidas na Europa procediam do Oriente, de onde é nativa a cana-de-açúcar, sendo o comércio desse artigo monopolizado por Veneza. Em meados do século XV a cana foi introduzida pelos portugueses na ilha da Madeira e pelos espanhóis nas Canárias. Seu cultivo prosperou tanto que o açúcar das novas possessões ibéricas passou a chegar na Europa a preços muito baixos, popularizando o consumo de um produto que até então se limitara às moradias dos ricos, aos hospitais e aos boticários, que o utilizavam apenas como base de preparados farmacêuticos. Estimulados pelos bons frutos colhidos com a concorrência a Veneza, os portugueses trouxeram para o Brasil, logo depois da descoberta, as primeiras mudas de cana. Da capitania da qual se originaria São Paulo, a de São Vicente, por onde a planta entrou na colônia e onde se estabeleceram os primitivos engenhos, a cana-de-açúcar se irradiou sem demora por todo o litoral brasileiro. Implantação dos engenhos O primeiro engenho de açúcar de que se tem notícia no Brasil foi instalado em São Paulo por volta de 1532. Três anos mais tarde já havia alguns outros funcionando em Pernambuco, onde iriam assumir extraordinária importância. Depois de 1550 começou a produção de açúcar na Bahia, cujos primeiros engenhos foram destruídos pelos índios. Na ilha de Itamaracá PE, em 1565, a produção já era florescente, e na década seguinte foram instalados os primeiros engenhos de Alagoas. Nessa mesma época, grande parte das várzeas e morros pouco a pouco ocupados pela cidade do Rio de Janeiro constituía um vastíssimo canavial que alimentava no mínimo 12 grandes engenhos. No final do século XVI, o Brasil já se convertera no maior produtor e fornecedor mundial de açúcar, com um artigo de melhor qualidade que o procedente da Índia e uma produção anual estimada em seis mil toneladas, cerca de noventa por cento das quais eram exportadas para Portugal e distribuídas na Europa. A princípio, as superfícies cultivadas com cana distribuíam-se em quinhões chamados "partidos", ora obtidos por compra, ora por ocupação desordenada. Plantavam-se ainda as "terras de sobejo", ou as que eram acrescentadas por fraude, nas medições, às áreas legalmente vendidas. Além dos escravos, com o tempo também lavradores livres passaram a trabalhar  em terras que pertenciam aos engenhos. Alguns mantinham seus canaviais em áreas arrendadas; outros plantavam não só cana, como ainda pequenas roças de subsistência, constituídas principalmente por milho, mandioca e feijão. Em geral, os lavradores livres serviam-se dos engenhos a que estavam agregados para fazer açúcar, em troca de uma parte da produção. Todos eles formavam, na verdade, uma clientela de importância vital, pois só com o concurso das lavouras subsidiárias ou dependentes muitos engenhos podiam manter-se em atividade ininterrupta durante os meses da safra. Em sua grande maioria, os que se dedicavam às lavouras de subsistência vegetavam à sombra da tolerância dos senhores de engenho, que desse modo contavam com recursos para o abastecimento de suas próprias famílias. Sobre os vastos conjuntos de agregados os senhores exerciam uma autoridade que variava conforme o sistema de trabalho ou a forma de ocupação da terra. A condição do pessoal dos engenhos, portanto, sujeitava-se a variações jurídicas, econômicas e sociais, escalonadas desde a dos negros escravos até a dos lavradores dos "partidos", que moíam "cana livre". Entre os dois extremos, situavam-se os lavradores livres como pessoas, contudo dependentes da propriedade senhorial das terras, que eram obrigados à moenda e cujas colheitas passaram significativamente a ser rotuladas como "cana cativa". Aspectos sociológicos: a casa-grande. Com seu complexo esquema de funcionamento, o engenho de açúcar foi a forma de exploração agrária que melhor assumiu, no Brasil colonial, as características básicas da grande lavoura. Isso porque, além dos trabalhos de cultivo do solo, o engenho requeria toda uma série de operações exaustivas, com aparelhamento de obtenção difícil e mão-de-obra abundante.
Com seus vários prédios para moradia e instalações fabris -- a casa da moenda, a das fornalhas, a dos cobres e a de purgar, além de galpões para estocar o produto --, o engenho constituía um pequeno aglomerado humano: um núcleo de população. A casa-grande, residência do senhor de engenho, assobradada ou térrea e sempre bem imponente, constituía o centro de irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande se completava com a capela, onde as pessoas da comunidade, aos domingos e dias santificados, reuniam-se para as cerimônias religiosas. Próximo se erguia a senzala, habitação dos escravos, classificados como "peças", que se contavam às centenas nos maiores engenhos. Os rios, vias de escoamento do açúcar, eram também com freqüência as únicas estradas de acesso: por eles vinham as toras que alimentavam as fornalhas do engenho e os gêneros e artigos manufaturados adquiridos alhures, como tecidos e louças, ferramentas e pregos, papel e tinta, barris de vinho ou de azeite. A casa-grande, a senzala, a capela e as casas destinadas ao fabrico do açúcar definiam o quadrilátero que dava a um típico engenho sua conformação mais comum. Outras construções, em número variável, podiam servir de residência ao capelão, ao mestre de açúcar, aos feitores e aos poucos trabalhadores livres que se ligavam às atividades do engenho por seus ofícios, como barqueiros, carpinteiros, pedreiros, carreiros ou calafates. A área de Inhaúma, na Zona Norte do Rio, foi a aldeia dos tamoios que, transferida aos jesuítas pelo governador Estácio de Sá, no Século XVI, adotou esta denominação indígena, que em tupi significa “argila de prato” ou “corrente escura” ou barrenta. Quando da expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, Inhaúma já se convertera em um dos principais entrepostos do Rio de Janeiro, já que lá eram recebidos os produtos agropecuários trazidos pelas canoas que cruzavam os rios Pavuna e Meriti e as águas da Baía da Guanabara. O tempo foi passando e essas atividades foram se concentrando em Engenho da Pedra, Engenho da Rainha, Quinta de Santana e Fazenda do Capão do Bispo. O coronel Antônio Joaquim de Souza Pereira Botafogo, proprietário do Engenho da Rainha, era o incentivador do comércio na região e da venda de terras em lotes a prazo. Foi também quem doou os terrenos para a construção do cemitério, a abertura de várias ruas e até a praça que ainda hoje leva o seu nome. Capão do Bispo é uma das mais antigas propriedades rurais do Estado do Rio de Janeiro e sua casa, sede da fazenda, é o que sobrou da sesmaria doada por Estácio de Sá aos Jesuítas e a concessão, confirmada pela Corte de Lisboa em 10 de julho de 1565. Abrangia as freguesias de Inhaúma, Engenho Velho, Engenho Novo e São Cristóvão Com uma área de duas léguas de testada e duas de fundo (13.200 m X 13.200 m) começava no Vale do Catumbi, junto ao Rio dos Coqueiros, antigamente chamado Iguassu e hoje Rio Comprido, servia como divisa natural desde a nascente até desaguar no mangue da Cidade Nova, seguindo pelo litoral, atravessando a bica dos Marinheiro, São Cristóvão e Benfica até a Tapera de Inhaúma, rumo noroeste para o sertão, rumo sudoeste nas áreas férteis e saudáveis dos terrenos do Engenho Velho, Andaraí e Engenho Novo entre outros. Em 1684 o Padre Custódio Coelho era o responsável pela freguesia de Inhaúma, que a passou para o Vigário Geral Clemente Martins de Mattos. A área era limitada pelos morros do Pedregulho e do Telégrafo ao sul. Pela Serra da Misericórdia e litoral do canal de Benfica, os atuais bairros do Engenho Novo, Méier e Inhaúma, ao norte. A fazenda ficava na planície suburbana com diversos vales ligeiramente acidentados por baixas colinas, próximos ao Rio Jacaré, Faria e Timbó, foi confiscada dos Jesuítas em 1759, passa à Coroa e leiloada a partir de 1761. Um dos compradores foi o bispo D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas de Castelo Branco, onde ergueu a casa grande da fazenda num capão (porção de mato isolado no meio do campo) sobre um outeiro de 20 m de altura.(apud Lamego, 1946a, 1946b, 1948, 1950).passou ao seu sobrinho Jacinto Mascarenhas Furtado de Mendonça. De 1862 a 1868 a casa grande foi aforada por escritura a Joaquim José Palhares Malafaia e a Domingos José de Abreu. Em 1914 foi vendida a Francisca Carolina de Mendonça Ziéze e depois a Joaquim Alves Maurício de Oliveira, dono até 1929, passando à Clara Ziéze de Oliveira. Há 18 de setembro de 1937 passou para Simão Daim e em 1947 estava em nome de Jacob Armin Frey. Esses levantamentos foram feitos por Noronha Santos.(Lamego, 1948). Em 30 de agosto de 1947 foi tombada pelo IPHAN, com Florentino M. Guimarães responsável pelo canteiro de obras e coordenando o levantamento arquitetônico. Desapropriada em 1961 passando ao governo do Estado da Guanabara, sendo a emissão de posse dada em 1969. Nas décadas de 50 e 60 foi invadida por 30 famílias que fizeram do patrimônio histórico, uma cabeça-de-porco chegando a estar ameaçada de desabar. (JB, Domingo, 16/01/66- primeiro caderno). Edgard Jacinto da Silva, arquiteto do IPHAN fez um trabalho de restauração na sede que durou dois anos, de 1973 até 1975, custando NCr$ 195.000,00 e instalado um Museu Rural e o Centro de Estudos Arqueológicos, o Instituto de Arqueologia Brasileira- IAB. O bispo D.José Joaquim morreu em 28 de janeiro de 1805 quando a propriedade FOTO DO CAPÃO DO BISPO AUTORIA B. RODRIGUES Conclusão Neste ano de 2011, centenário do IAB e do CBA, além dos 50 anos da lei de 1961 de proteção aos sítios arqueológicos, noticias de que o Estado do Rio de Janeiro solicitou a devolução do imóvel preocupou a comunidade de arqueólogos. Não se sabe ao certo o que governo estadual pretende fazer, parecendo ser ainda incerto o futuro do Capão do Bispo, na avenida D. Helder Câmara ( ex-Suburbana) em Del Castlho. A equipe do CBA que realizou essa pesquisa é de opinião inteiramente favorável a sua preservação como patrimônio histórico, representante do apogeu ciclo da cana de açucar no Rio de Janeiro.
BIbliografia Lamego, A.R. 1946a- O Homem e a Restinga,Rio de Janeiro, IBGE Lamego, A.R. 1946b - O Homem e a Baixada , Rio de Janeiro, IBGE Lamego, A.R. 1948- O Homem e a Guanabara, Rio de Janeiro, IBGE Lamego, A.R. 1950- O Homem e a Serra, Rio de Janeiro, IBGE Seixas, Agostinho- s/d - A História dos Bairros da XII RA, Rio de Janeiro. http://revistainhauma.com.br/cidadedormitorio.html