O GRANDE CICLO DO OURO
A segunda
metade do século XVII foi uma fase de profunda estagnação econômica para a
metrópole portuguesa e suas colônias. A retomada do desenvolvimento da lavoura
açucareira do Nordeste brasileiro não apresentava perspectivas de êxito, pois o
mercado internacional de produtos tropicais atravessava um turbulento período,
marcado pela desenfreada competição entre as nações colonialistas. Assim, tanto
a Coroa lusitana quanto os colonos brasileiros compreenderam que o único
recurso para a manutenção da estabilidade político-econômica do mundo português
consistia na descoberta de metais preciosos. Logo, a partir da Capitania de São
Vicente, assolada pelo espectro da pobreza, o bandeirismo sairia em busca de
riquezas minerais ocultas no sertão.
Prontamente,
o governo de Lisboa, também interessado em fugir ao colapso econômico,
estimulou os bandeirantes à prospecção aurífera, dando-lhes relativa ajuda
técnica e prometendo honrarias, cargos e patentes militares na eventualidade de
sucesso.
As expedições
vicentinas que inauguraram o “grande ciclo do ouro”, foram as de Garcia
Rodrigues Pais e Antônio Rodrigues Arzão. Este último, partindo de Taubaté em
1693 (encontrou metais preciosos na região do rio Casca, em Minas Gerais). Sua
descoberta foi imediatamente comunicada ao governador Sebastião de Castro
Caldas que, do Rio de Janeiro, transmitiu o fato a Lisboa.
No ano seguinte, de posse de um rústico roteiro que lhe fora
fornecido por Arzão, o bandeirante paulista Bartolomeu Bueno de Siqueira
constatou a presença de veios auríferos nas proximidades do rio das Velhas,
também nas Gerais.
Em 1698,
Antônio Dias de Oliveira, encabeçando uma “bandeira” de cinquenta homens,
descobriu as jazidas de Ouro Preto.
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